Metrô cheio. Gente, toneladas de gente; dezesseis pés disputando um metro quadrado. Cotoveladas, mochilas. Plácido encontrou o vagão assim; encontra-o assim todos os dias. Foi espremer-se no corredor, para não ficar na porta, e acabou exatamente sob um alto-falante que esparrama a cantilena burocrática de regras e estações. A certa altura, bem ao seu lado, um banco vagou. Uma senhora de idade levantou-se e saiu, e Plácido sentou-se no banco reservado. Um homem de bigode disse que ele não podia sentar-se ali, pois era reservado a quem tinha problemas. "Mas eu tenho problemas", disse Plácido, "o senhor não vê, mas eu tenho três rins". O homem desculpou-se e não mais incomodou Plácido.
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2 comentários:
manual prático de sobrevivência urbana
Esse é só o primeiro capítulo. Que tal: "Manual prático de sobrevivência urbana devidamente exemplificado com pequenas fábulas".
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