sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Avulso

Não, não mia. Essa voizinha fina me corta a onda. Pára! Me arranhar desse jeito vai me deixar marcas e eu amanhã vou pra praia com minha mulher e filhinha. “Papai, por que suas costas estão vermelhas?”, não quero ouvir de uma criança de 5 anos e um olhar fuzilante de uma de 39. Pô, não mordisca. O mamilo sempre dói muito depois. Ih! Olha esse miado de novo. Quando disse que gostava de gato, estava falando do seu rabo! Isso mexe bem ele, mexe!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

passo o dia escrevendo mensagens

Salsugem e marulho. Palavras? Bartolomeu Dias dobrou o cabo Adamastor e morreu na volta. Escuta, pega isso aqui, é pra você. Pediram pra que eu lesse se a salsicha era sadia, porque eu não sei ler. Fiquei mal, foi um impacto. Eu devia ter me sentido inútil? Ah, vou com a amigôna-de-sempre ver o mar, óculos escuros contando: há correntes marinhas que vem da outra beira do mundo, para oxigenar o fundo escuro, dar espécie àquilo que agente chama de vida. Na tapioca pedi queijo. O homem riu tá apaixonada! As mussarelas dos corações movimentados? Minha mãe sempre pede de queijo; está sempre apaixonada? Confio na sabedoria dos ambulantes.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Maior que a cadeira

Assistindo a uma palestra sobre o currículo dos cursos de cinema, vou percebendo o degrau. O rapaz talvez tenha a minha idade, pouco mais de trinta anos, muito alto, loiro, bonito, maior que a cadeira e algo curvado, tímido porque provavelmente quer ser respeitado por seu trabalho e inteligência, não porque é alto, loiro e bonito. O nome soa longinquamente familiar e eu penso, será que o conheci quando era adolescente em Curitiba? Teria sido meu colega, quando eu morava com minha mãe e achava todos na escola, e por extensão na cidade, idiotas? Então ele diz, ele que nunca saiu dessa cidade que me envergonhava, nunca veio para o coração do país nem teve aulas com nossa elite intelectual, ele diz algo que faz sentido.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sobre a guerra

Durante a guerra, a guerra em si não chegou por aqui, mas também não deixava que nada chegasse. As roupas, as fazíamos com os sacos de farinha, sempre com o cuidado de tirar a impressão a tinta (as crianças não gostavam e implicavam em vestir as peças feitas dos sacos). Faltavam ferramentas para o campo, embora os nacionais sempre pedissem trigo e trigo e homem. Nosso irmão retardado foi convocado (quase não perdoaram ninguém). Era uma boca a menos para alimentar num período difícil e, que morresse então pela pátria! Suas roupas, as demos para o irmão imediatamente menor. Tudo ia bem, até que o Exército nos devolveu o retardado, pois gritava toda vez que ouvia um disparo.

domingo, 26 de outubro de 2008

Dona Dulce

A homeopatia vai te salvar de ser assim tão preguiçoso, o menino só come macarrão, se tem couve não come, se tem fruta não come, não é à toa que tá assim tão gordo, olha mãe você tem que parar de mimar ele, já tem quase trinta anos, culpa da mãe dele que criou desse jeito, abre uma caixa de leite condensado e grita com a vó, mas foi seu pai que falou pra eu não deixar, velha e vivendo pro filho viúvo, quando eu fiquei viúva fiquei tão aliviada, meu pai morreu por cinco meses definhando, marcou uma consulta, meu neto, doutor, não tem quem agüente, eu não costumo receitar para terceiros, cinco gotas por dia no café-da-manhã, ela vai lá e mistura no sucrilhos, ele não vai nem perceber.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Sessenta e três portas

Escolheu o topo de um prédio abandonado de 60 andares para dizer que não me amava. Pensou que eu me jogaria e não contava que o prendesse na escada de incêndio. Todas as portas estavam trancadas, informei antes de pegar o elevador para o térreo. Ele gritou e pediu uma saída. Angelicalmente, eu disse que abriria uma das sessenta três portas, incluindo as dos andares de garagem. Ele teria 20 minutos para encontrá-la. Se fracassasse, eu a trancaria, abriria outra num andar aleatório e diminuiria o tempo em 5 minutos. Depois de duas rodadas, peguei um táxi e fui embora. Sem deixar nenhuma porta aberta.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

encruzilhada: à esquerda

da janela laura agora vê um pé de louro. mora a dois quilômetros de uma cidade pequena. na rua das almas perdidas - e esse é mesmo o nome. e laura desapegou do asfalto. tem um colchão em casa, talvez uma mesa e duas cadeiras, só. me disse que quando a garrafa azul acaba, ferve a água que vem da cisterna e depois congela e depois ferve outra vez e congela e descongela e bebe - transparente, sem cimento. laura agora é mais laura do que nunca, pode usar todo o tempo do mundo de um dia pra olhar o quintal. laura pode escrever o quintal e as estampas das roupas secando. tendresse: tatuado perto da cicatriz. love me tender: escrito no guardanapo, desenterrei do baú, de dentro do primeiro caderno. preciso muito visitar - laura.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

22 de outubro

Acordei que só lembro dos negativos. Fica um tempo aqui curtindo. Tipo quando você chega num fim de mundo qualquer, no sertão, em si. Você vê aquela graminha que sobe ou uma terra muito seca e se diz "cheguei", onde ninguém nunca me viu chegar. Na noite que vem dorme um pouco menos pra ver se volta na ponta dos dedos aquela sensibilidade cristalina de uma pedra. Dedos de grafite. Se é pra endurecer vou começar pelas digitais. Duas palmas me deram. It's like the world's end of the begging. Alguém mais quando ouve Tomorrow never knows vê gaivotinhas pedindo: me ajuda mãezinha? A minha quer que eu volte pra análise. Recomeço um diário. Vermelho. Fico observando o silêncio das coisas. Fracasso semanalmente.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Uma sessão

Durante quatro meses fui ao seu consultório, depois mudei e precisava pegar dois ônibus para chegar ao prédio, além de caminhar quinze minutos entre os pontos. Expliquei como era cansativo e perguntei se não poderíamos diminuir uma sessão. Ela disse que não. Enquanto me tratava, ela cumpria um estágio de sua formação em psicanálise, as quatro sessões semanais eram parte da carga horária. O transporte público de São Paulo me pareceu pior que a depressão e respondi que preferia parar. Ela insistiu e foi talvez enfática demais, nosso diálogo ficou agressivo até que ela percebeu suas próprias mãos agarradas à cadeira. Então disse a única frase honesta nesse caso: "a escolha é sua".

domingo, 19 de outubro de 2008

Silêncio

Ela foi procurar uma chave de fenda para consertar a panela de pressão e, no fundo da caixa de ferramentas, encontrou o diário dele. Uma coisa tão feminina, um diário. Ela tivera um apenas aos quinze e não durara um ano. "O que eu mais queria era aprender a tocar clarinete", e em outra página "Hoje eu vi girassóis". Você queria confissões, traição? Ela esperava. Mas havia apenas anotações que ela jamais imaginara ouvir dele, em quarenta anos de casados e ele sempre fermentando aquele silêncio que ela aprendeu a ouvir como falta do que dizer. "Eu gosto de açúcar", estava escrito. Quando ele chegou em casa, ela o olhou de longe; ele não notaria nada de diferente. O caderno estava no lugar e ela não ia tocar no assunto.

sábado, 18 de outubro de 2008

fiz uma coisa / de que tenho vergonha. falo demais. falei disso ontem, sozinho. falei sozinho. dentro do banheiro, em pé, demorei a sair, anotei: falação. as palavras parecem ganhar vida própria — blá blá blá — se movimentam, trocam de lugar / da voz à audição / vibram / algo monstruoso / cresce / diante de quem profere / sobre a mesa / a matéria fala / declara / uma infinidade / se mescla aos ingredientes / às bebidas / ao cigarro/ a fala gostosa / a fala satisfeita / e vária / voltando pra casa, murmura /e aos poucos esvazia / esvazia o sentido / da síntese.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

sem espuma

Não sei quem inventou que velho tem que andar com velho? Essas excursões da “melhor idade” me apavoram e me deprimem. Detesto ter que esperar as “amigas” que a cada dois passos, param para “tomar um arzinho”. Acho “o” fim, aquelas que não podem ver uma planta bonita e já querem pegar um muda. Se não cuidei de criança, lá vou cuidar de uma avenca?! Quando me aparecem com suco ralo e sem açúcar na hora do almoço, peço para morrer. Eu tomo é cerveja! E nem adianta me dizer qual é “o” segredo dessa torta de camarão com palmito. De-tes-to essa mania de cozinhar.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

do verbo: escorrer

ai, esse calor tá. imagina um brisa atravessando esse ar parado – esse bloquinho sete de texto aqui – essa coisa que tenta ser uma coisa, mas. vai começa termina derrama quente na página, esvai. a brisa entrecorta os espaços entre asletrasaslinhasaspalavras, o espaço em branco é uma janela – imóvel saudade – nesse calor de não suportar. eu olho ao redor das manchas e me contenho. me contento com a promessa interrompida no ar. com a temperatura eu não me dou muito bem. justifico o texto, ignorando aonde o espaço quebra________ fico sem vontade, o corpo muito pesado e os desejos guardados na juntas dos azulejos brancos lá da sauna selva desfeita de letras s u o r

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

os anos 90

Nunca soube bem em que galho se prender, quem ser. Olhava a goiabeira debaixo, manchado o tronco, uma formiga subia, outra formiga. As meninas deitadas perto numas trancinhas, tererê, falavam falavam e do campinho vinham correndo vários, o pó que pisoteavam da terra grudava no all star de zíper, enquanto eles descalços pulavam na árvore feito um gancho de cedilha, balançavam, e tchibum, no Indijussara. E o menino lá, duvidando não digo, levando o salgadinho do pacote até a boca, mastigava um futuro contemplativo. Sentiu uma fúria. Descabida? Precisava ser. Pra volver, deu passo pra trás, AAAAH, a Letícia berrou. Pisava nos astros distraído. Capricho.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Dor no estômago

Estranho sentar na frente de um desconhecido e explicar suas angústias como se fossem uma dor no estômago. Mas o psiquiatra tinha um olhar compreensivo e falei da melhor maneira que pude. Ao final ele disse que minha depressão era mesmo clínica, não era uma delusão qualquer de minha mente autodestrutiva. Ele podia me receitar um remédio, se eu quisesse, e achava que psicanálise poderia ajudar. Fiquei um pouco decepcionada e ele perguntou: "Você esperava que eu dissesse algo além disso?" Esperava, talvez. Quando tive escoliose na adolescência, o ortopedista só me mandava fazer natação. De certa forma isso me parecia pouco para um médico.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Sobre a arte de pensar

Não existe ausência na linha de pensamento, exceto a interrupção definitiva causada pela morte; mesmo nos momentos de lapso, a linha envereda pelos bosques da dúvida. E a nossa linha de pensamento tem de guiar-se por prioridades, ou qualquer nome que dêem às urgências diárias. Quão difícil é desviar-se e desfrutar de um sadio e bem-vindo ócio. Escutei a voz de um velho ecoando, que tinha trabalhado todos os seus setenta anos de formado e que a função da vida - e por conseqüência, do pensamento - é o labor. Labor omnia vincit, disseram as letras feitas em madeira ao lado das fotos dos formandos. Tenho dúvidas se uma longa vida dessa permite pensar, ou omitir-se de pensar.

domingo, 12 de outubro de 2008

Impróprio

Ele tinha uns trinta anos e nem era bonito, mas tinha um peito que parecia muito sólido e macio e usava roupas que favoreciam. Aquele não devia escrever pornografia. Era o professor de informática do colégio, imagine o tipo. Eu escrevia. Dos meus cadernos saía tudo quanto era fluido - e uma parte pequena, mas considerável, seria dele, a pele escura sob os tecidos de algodão, uma tensão nos ombros que denunciava que ali havia sim um corpo, os meus cadernos sabiam. Depois de uns anos fiquei sabendo que ele teve um tumor no cérebro e morreu em dois ou três meses, de repente. Ficou muito puto e não falava com ninguém, morreu sozinho, nem tinha família. Ah, e dessa você vai duvidar: ele desfilava no carnaval.

sábado, 11 de outubro de 2008

bethânia foto

peguei no chão da sala o papel amassado e li. abri um buraco com o indicador furei a pauta azul-claro - o fundo branco sumiu. abriu-lhe olhando. o mundo - um buraco a mais atravessado. o fundo mudo do papel / furado. só mais um. quem anotou não achou. e buraco - uma forma tão nova - tão essencial. possuído decreto na sala 3 retratos: 1 agudez da janela; 2 senhora pairando; 3 lira fria. e no bar mais 3: 1 pontual abismal; 2 queridíase; 3 disque parede. ninguém viu ou sabe. decoração fotógrafa. na sala havia inúmeros porta-retratos, uma moldura contrasta cada situação, fotos da mesma família. no bar, times de futebol além das câmeras digitais.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

(toda hora eu venho aqui troco o título)

acontece que desaconteceu um negócio comigo outro dia aí pra trás. e tem desacontecido isso direto. tenho alucinado pra dentro até de repente tudo ficar branco na memória. as sete linhas presas no pensamento inibem os lapsos físicos das letras no papel. às vezes decepciona - mas quando estou na rua: desorientación total [[ [ abrem-se todas as portas batendo no vento. tanto - que tenho alucinado pra dentro do estômago e pra fora de alguma coisa. tenho sido tantas vezes tudo sem completar / sem absolutamente
fico esse peso parado no ar. esse pulso flutuante. a beirada do precipício. e Saturno lá no alto - seilá.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

sala de aula

Agora o cheiro do halls vermelho, que guardei no estojo porque o professor gostava e a professora falando do bambu. Atrás do bambuzal o Luís lambendo a Jamile na boca. Tinhamos 7 anos. Tudo tão fluído no halls e em mim aquele peso. E as palhas secas, os tênis amarelos, o mundo estalava. O Luís era rude e babava. Tem aranha no bambu cobra também. Mata. A professora disse que o bambu quando morre continua firme em terra por sete anos, rígido dentro da terra. Vivo, ou enquanto isso, o bambu migra verde até virar azul. Lá em cima o céu devolve o verde. Há gaivotas na China? Depois senti muito cheiro de gás na sala de aula como se o gás viesse de mim. Fechei a janela, os olhos, pensei em como aprender um corpo no escuro?

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Aretino

No jornal de domingo havia a foto de um professor carioca demitido porque escreve poemas eróticos. Um artigo denunciava a volta do autoritarismo, caça às bruxas, por que ele não poderia ensinar alunos de quatorze anos e escrever aquela espécie de pornografia culta inspirada em Aretino? Me espanta o início da história, mais que o desfecho. Havia uma feira cultural na escola e convidaram o professor para falar de seu processo de criação. Ele falou. Depois da palestra os alunos procuraram no google e encontraram os textos eróticos. Quem o convidou não havia lido os livros. Ele fez a palestra acreditando que os outros sabiam e entendiam? Ou nem sequer pensou que haveria um problema?

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Sobre as eleições

Caros senhores camaristas, tenho o prazer de vos informar que todas as urnas já foram abertas e apurados todos os votos e, para nosso bem estar, fomos todos reconduzidos como representantes legítimos do povo. Não que essa eleição não tenha sido manipulada, afinal, a manipulação faz parte da nossa natureza, desde a época em que controlávamos a maquia dos moinhos e e quantidade máxima de cera a ser usada no tratamento dos mortos. Manipulamos, mas agora, nossa manipulação é honesta, porque é visual e não coercitiva. Sehnores, nosso reinado está garantido pelo século dos séculos, enquanto o mar não nos toque a borda do campo. Não, esse último trecho não vai para a ata, por favor.

domingo, 5 de outubro de 2008

Clark Kent em apuros

Clark Kent acorda neste domingo mais cedo que de costume, veste a mesma roupa de ontem à noite, não sabe bem onde está. Aos poucos seus olhos vão reconhecendo o ambiente, seu quarto, Metrópolis pela janela, e Clark tem a estranha impressão de sentir algo de que o sol amarelo sempre o poupou, algo de que ele apenas ouvira falar, uma leve e aguda dor de cabeça. Bobagem, Clark. Você deve estar é mascando ainda algum sonho esquecido, porque o sol amarelo não lhe extirpou o inconsciente, ou lhe deu um de presente, como seria sonhar em Kripton? Seus pés fortes escalam até a cozinha, sua mão agarra um copo de água que ele bebe e estraçalha, sem se cortar: afinal, ele é o mesmo! Não fosse por uma vaga, vaga melancolia.

sábado, 4 de outubro de 2008

rebelde fofura wasted brazilian youth outro-retrato 2

intro: o meu carro foi meu pai que me deu filho homem tem que ter um carro seu - QUADRO 1: outra linha, a seguinte leitura: os pasi se matando de trabalhar para que os filhos em cima da cama leiam horas e horas LIVROS. e a escuela, paga clara - 2: filhosi crescem, formam na escuela, na faculdade, alegria alegrí! formandos formados, o contínuo movimento dentro de casa - trabalho - dentro de trabalho - para casa - processo do conforto: obter a propriedade própria independentee. independência: continuar a ler LIVROS e TER ACESSO À WEB. viu, xixi? escolher bem. depois vai virando, ó: (imaginemos) fazendo barba, ou depilando, os dias passando, os fatos derretendo, o frita-peito, o quebra-espelho, os livros abrindo e abrindo e fechandop, shh, um suspiro e outro - 3? não pára não nem conta

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

o projetista

Nos conhecemos num dia que eu entrei no cinema para me abrigar da chuva. Ele recolhia perfurava os ingressos enquanto as pessoas iam entrando e depois corria para a sala de projeção. Achei o “tenha uma boa sessão” dele tão carinhoso que antes da metade do filme já estava em cima dele. O som da bobina abafava nossos gemidos. Tínhamos que ser rápidos, pois era um média metragem. Passei a ir lá toda sexta-feira. Às vezes ajudava ele a fazer a fila andar mais rápido. Detestava mostras de curtas, mal começávamos e ele tinha que parar para trocar o rolo. No dia que teve retrospectiva de “O Poderoso Chefão” quase não tive descanso e a rodada entre o Um e o Dois só perde para o dia que estreou “Dogville”. Amava os clientes que viam os créditos finais.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

eu como você

já mudou de idéia novamente então tá não,tá tudo bem se você quiser eu não paro meu amor tortura quantas dúzias de dúzias vermelhas querem trazer pra cá você meu na porta de casa agulhão peixe-grande que dá no norte tem bicada feito de cegonha se olhar na lua cheia dá três filhos pra cada verruga da velha do seis chega de andador choveu granizo nela um dia eu também não vou partir pra nunca mais prometo vou ficar pra sempre jogando i ching dando comida pros gatos não que nem a velha nunca já tive bem,não era azul aquele rio era lilás que nem na música e a ponte nos teus olhos refletida de abril a ponte não o mês era outubro agora disse uma amiga e eu xorei litrus.
 

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