terça-feira, 14 de outubro de 2008
Dor no estômago
Estranho sentar na frente de um desconhecido e explicar suas angústias como se fossem uma dor no estômago. Mas o psiquiatra tinha um olhar compreensivo e falei da melhor maneira que pude. Ao final ele disse que minha depressão era mesmo clínica, não era uma delusão qualquer de minha mente autodestrutiva. Ele podia me receitar um remédio, se eu quisesse, e achava que psicanálise poderia ajudar. Fiquei um pouco decepcionada e ele perguntou: "Você esperava que eu dissesse algo além disso?" Esperava, talvez. Quando tive escoliose na adolescência, o ortopedista só me mandava fazer natação. De certa forma isso me parecia pouco para um médico.
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Um comentário:
"Na nossa cultura, o conhecimento [...] está cindido entre um pólo estátrico-inspirado e um pólo racional-consciente, sem que nenhum dos dois nunca consiga reduzir integralmente o outro. Na medida em que aceitam passivamente tal cisão, a filosofia deixou de elaborar uma linguagem própria, como se pudesse existir um ´caminho régio´para a verdade que prescidndisse do problema da sua representação, e a poesia não se deu nem um método nem sequer uma consciência de si. O que dessa forma acaba sendo suprimido é que toda autêntica intenção poética se volta para o conhecimento, assim como todo verdadeiro filosofar está sempre voltado para a alegria. [...] só se formos capazes de entrar em relação com a irrealidade e com o inapreensível como tais, será possível apropriar-nos da realidade e do positivo. [...] ´quem apreende a máxima realidade, plasmará a máxima realidade´."
Giorgio Agamben, "Estâncias - a palavra e o fantasma na cultura ocidental"
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