domingo, 9 de novembro de 2008

ATURDE SATURNO

Crer as pernas gordas largadas ao vento - dedos rechonchudos desenhando no ar - não vai chover por enquanto enquanto você estiver desse lado com a brisa na calcinha - refresco / faz bem ser assim tão despojada, sem o rascunho do colesterol nas veias. Quando eu era menina, imagine uma gorda jogando bambolê! Esqueça o antisséptico bucal, a domesticação dos dentes, eu vou te dar uma língua e um lindo abraço - dois minutos sem busca - a cintura rodando as estrelas olhos de orvalho no céu vão descer soltas / sem coreografia / amor o vapor do asfalto / gira sem pausa / estilhaça a água dos cabelos se as outras crianças correm pra casa - pros toldos - escreve telhados - aturde saturno - desembestadançar

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