domingo, 2 de novembro de 2008

Previdência

Era o tipo de marido que não tinha vida paralela, somente calma, contentamento e um emprego muito bom. Casou-se com uma esposa de peito chato, escondida atrás de óculos e um mestrado. Quem precisa de contrapeso? Juntos, tiveram um filho pouco viril e acordavam todos os dias por volta das sete, quando o sol já estava seguro suspenso no céu e a empregada já estava em casa fazendo torradas. Um dia arranjaram um cachorro, que cresceu e tornou-se um grande corpo preto e vivo no quintal. Chamaram-no Átila. E a empregada passou a limpar, diariamente, enormes montanhas de bosta que Átila despejava deslizando prazer. Sobre patas firmes, sem pensar no depois.

3 comentários:

júlia disse...

lindo poema de finados, marcos

Sérgio disse...

A vida pequeno-burguesa como ela é.

agente laranja disse...

Minha vizinha tinha um rotweiller preto chamado Átila. Aquilo era uma máquina de bosta, inacreditável.

 

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