Me escondo embaixo dos móveis à maneira dos abandonados. Não sei me ter. Terror do oceano mudar de nome enquanto durmo. E o gato que vem me lamber o focinho logo cedo. Levanto-me e é enorme. Toco as paredes. Escuto a água nos vidros. De estômago ouviria aquele dos Smiths. Mas tão calma, não te anuncio mais nada. Atrás do olhar há um olho. Abro as janelas para o vento entrar como se salgasse a terra pele do que vejo. Não mais pelas frestas, por toda a abertura o vento traz o mar a estrela e a morte e o espelho o amor e a memória e a casa e a viagem e a dor e a saudade o encontro a distância e a sorte o eco e a palavra é muito periférica para quem tem um corpo.
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5 comentários:
esse texto é uma partiura corporal para ser executada com o auxílio de uma mesa
sorriso, bê
ouça isso aqui, um fado:
http://www.youtube.com/watch?v=uNAzh3j7oeM
b
a gente podia montar uma coreografia
(sério)
coincidência de vento
enorme ventar
mais para a cenografia:
uma janela verde claro, no canto esquerdo
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