terça-feira, 15 de abril de 2008
Lupe Cotrim
O auditório tinha o nome de uma professora que escrevia poesias e morreu de câncer nos anos 70. Estava cheio e só consegui sentar na primeira fileira, quase de cara com a mesa de professores que conversavam baixo enquanto os microfones estavam desligados e a palestra não começava. Ele era o mais magro, o rosto quadrado e cabelo claro, olhando papéis cheios de anotações. Não foi o primeiro a falar. Quando chegou a sua vez não levantou o rosto, apenas leu com sotaque francês carregado, se eu não estivesse tão perto provavelmente não entenderia, mesmo à pouca distância sua voz baixa era quase incompreensível. Porque a idéia era incompreensível: "se não fizéssemos uma escolha para a vida toda, era melhor nem começar".
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