segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sobre a guerra

Durante a guerra, a guerra em si não chegou por aqui, mas também não deixava que nada chegasse. As roupas, as fazíamos com os sacos de farinha, sempre com o cuidado de tirar a impressão a tinta (as crianças não gostavam e implicavam em vestir as peças feitas dos sacos). Faltavam ferramentas para o campo, embora os nacionais sempre pedissem trigo e trigo e homem. Nosso irmão retardado foi convocado (quase não perdoaram ninguém). Era uma boca a menos para alimentar num período difícil e, que morresse então pela pátria! Suas roupas, as demos para o irmão imediatamente menor. Tudo ia bem, até que o Exército nos devolveu o retardado, pois gritava toda vez que ouvia um disparo.

3 comentários:

sabina anzuategui disse...

Gostei. Mas na frase que começa com "foi bom, pois", eu tiraria essas três palavras. Podia seguir a partir do "era"; a sugestão de que a família achava isso bom está na descrição, não precisa declarar explicitamente.

Sérgio disse...

Obrigado, Sabina. Concordo com as alterações, tanto que as efetuei.

Anônimo disse...

Preciso, Sé. Como sempre.

 

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