terça-feira, 21 de outubro de 2008
Uma sessão
Durante quatro meses fui ao seu consultório, depois mudei e precisava pegar dois ônibus para chegar ao prédio, além de caminhar quinze minutos entre os pontos. Expliquei como era cansativo e perguntei se não poderíamos diminuir uma sessão. Ela disse que não. Enquanto me tratava, ela cumpria um estágio de sua formação em psicanálise, as quatro sessões semanais eram parte da carga horária. O transporte público de São Paulo me pareceu pior que a depressão e respondi que preferia parar. Ela insistiu e foi talvez enfática demais, nosso diálogo ficou agressivo até que ela percebeu suas próprias mãos agarradas à cadeira. Então disse a única frase honesta nesse caso: "a escolha é sua".
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3 comentários:
Tenho medo dos psicanalistas, independente da escola que sigam (ou finjam seguir).
Eu quase parei a análise por causa do trânsito. Queria convencê-la a se mudar. A nove de julho é pior que alguns de meus mais sombrios conflitos interiores.
o meu era na capote valente, eu nunca tive problemas com trânsito,
e tinha uma época que metade da minha vida era nessa rua, hoje, mais nada
tenho muito acompanhado isso tudo que você tem escrito, sabina, falando de analistas, terapias, assim, até tentei um dia escrever aqui sobre, mas é tudo um tanto recente ainda pra mim, por enquanto estou ficando mais íntima.
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