quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

cochabamba

A gente leva a cidade onde quer que vá. Meu sotaque entedia. Atracadouro, Guadalajara, Peruíbe. Acordei querendo, o mar flutuava. Sou um jato. Nenhum Brasil existe. E os pernilongos a coçar, amigas a me olhar como se minhas mãos de estivador passassem a noite a beber com putas numa tasca. Mas, por ser quem deveras sou, yo estava mirando latino-america, desnuda. Vesga, a falar uma língua periférica, implodindo infernos pelos bolsos, meu lado oriental exilou, especiarias de pirata, dissolução. My tropical woman, gingando explosivos no quadril, descendo por todas as ruas. Não é preciso temer, soy la niña que sueña granadas de amor. Escuta, tengo ternura, cariño, paúra: las montañas, las meninas, los perros, ustedes.

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