quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Diário de Estância, V


Cláudio esticado sobre um banco. Veste os trapos de frio, trata-se (como todo o resto) de um inverno fora de época. De lado, cabeça apoiada no molho de mãos. Entre (estamos) pombos, triciclos, um obsceno casal de poodles se roça sob a mirada divertida dum tipo de óculos. Diz que ele perdeu a cabeça no longo dos setenta. Simeão on acid, desde então tem levado seu deserto muito quieto. Ao que me consta. Vez em quando me acena e gesticula um cigarro, por favor. Bafora para cima, discreto e satisfeito, debanda. Não me olha nos olhos. Isto é um trapo do Cláudio, justo o que o torna inesgotável. Alguém começa, não poderá nunca ser interrompido, ou despistado, ou completo, Peter foi para Belgrado e eu não telefonei. Tampouco escrevi. O tempo está passando, e eu não estou ficando mais ateu.

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