quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

véspera de natal

Não conseguia entender porque a data era no 25, se era sempre um almoço melancólico, enquanto a vida noturna da véspera enchia de palpitações a minha casa a que todos vinham, o antiquário da cultura nacional. Aos 6 anos, não sei a fama ou o som, ter uma guitarra era minha vida mas ganhei a casa da Barbie. Meu irmão fez a caixa descer pela lareira, risadas de felicidade, mas todos comigo diziam que era do Papai Noel pra mim. Eu não queria os holofotes daquela encenação. Senti um constrangimento enorme pela farsa e saí correndo pra escada, onde me escondi no escuro e fiquei chorando constrita em voz alta alguma frase. De longe, riam. Minha irmã veio me salvar. Eu não entendia porque comentavam minhas histórias uns pros outros.

2 comentários:

Anônimo disse...

criança é sempre à mercê
adulto a gente já tem solidão

sabina anzuategui disse...

"antiquario da cultura nacional"... rs.

 

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