segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Cartão de Natal

Nada pior que ter de arrancar idéias às pedras. Penso nas pessoas que têm de obrigatoriamente fazer algo. Quer coisa pior do que, por exemplo, escrever um cartão de Natal, ou uma dedicatória de livro? O fulano fica lá, com uma "prisão de mão" na mão que não lhe solta nada. E aquele monte de chavões que vêm como abutres famintos buscar a mão e sair pelas pontas dos dedos ou por aquela da caneta? Passa, fora! Um pensa, pensa e pensa, põe os amendoins para funcionar, cerra os dentes até que os olhos fiquem vermelhos e o pescoço cheio de veias de um dedo de grossura. Finalmente a caneta se arrasta sobre o papel rugoso do cartão. Não, não é possível! Forma-se, a olhos vistos: "Feliz Natal e próspero ano novo!"

5 comentários:

júlia disse...

sergito querido acho que se tirares a menção explícita a "prisão de ventre" e mantiver o "prisão de mão" entre aspas vai continuar clarissima a referência a disfunção intestinal

beijo

Sérgio disse...

Muito bem, concordo.

sabina anzuategui disse...

sim... por outro lado, por que temos tanta resistência a dizer o que é tão simples: "desejo a você um natal feliz e um bom ano novo"? inverter a posição do adjetivo pra evitar o chavão, trocar o "próspero" porque os tempos andam difíceis, e simplesmente desejar um bom momento ao outro.

Anônimo disse...

caliban

Sérgio disse...

Caliban? Shakespeare ou Rosseau?

 

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