sábado, 13 de setembro de 2008

uma rosa é uma rosa (auto-retrato 0)

uma rosa que parta daquilo que não é – uma rosa do nada. um esvaziamento no fundo do quintal – no muro concreto encardido pessoa agachada não quer entrar. disseram que era inútil. devo chamá-lo? disseram: é um inútil. eu certamente também. todos na sala sem dúvida entenderam como era, sim, inútil. vinte e poucos anos e aquela bagunça no armário, e uma responsabilidade só. e por que fazer letras, por que não jornalismo? desisto de conversar e me recolho na poltrona. rosa. o espinho sai do caule, que é uma conexão útil. o pensamento é um espinho que se direciona ao encardido. a família é uma saliência que se direciona à terra molhada. o desabrochar de uma rosa é uma ironia leve. o sujeito no quintal olha para a parede. observo as espáduas masculinas abertas.
 

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