segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sobre a insônia

O corpo ardia, mas não era febre; também não era nada lúbrico. Era somente uma calentura esquisita que o impedia de dormir, como se estivesse assando. Mas a noite estava fresca. A cabeça lhe fervilhava um pouco e, achou ter encontrado alguma panacéia universal no estado delirante do dorme-vigília incandescente. Achou, por um átimo, que era Ganesh, com a sua cabeça paquidérmica e sentiu-se com os vários braços de Shiva. O dia seguinte lhe parecia tão longe como falar na situação do país em 2050, 2070. Ardia como se o sol do meio-dia lhe queimasse costas, peito, pernas e viesse por todos os lados. Fora começou a chover; sentiu vontade de despir-se e correr pela chuva, mas sentiu medo de destemperar-se.

2 comentários:

bernardo rb disse...

muito bom!

Rachel Souza disse...

Bom!! Quando sinto insônia é mais ou menos isso aí...rs

 

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