quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Diário de Estância, XI


Dor que dói no corpo, nem bolsa de água quente resolve, chá de boldo e relaxante muscular. Não vou à praça, o máximo que consigo é a padaria aqui do lado, comprar cigarros, voltar, só isto me tomou mais de um quarto de hora, arrastando chinelas cor de avô pela calçada, longo tempo contornando poças. Longo tempo não pudemos levantar, quando me estirei no chão do quarto o corpo veio junto, somos um pouco barrocos nesse sentido. This mortal coil. Mas não digo dos dualismos fáceis, nem do quixotismo em ter matéria e ser palpável. Não digo nada, ele pode me escutar. Criatura tramadora, cheia de vinganças e rancorezinhos – a única coisa a fazer é deixá-lo quieto. Uma hora cansa de espernear. A lide segue.

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