quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

outro retrato em branco e preto

O grande poeta vinha pelo Leblon pra livraria. Disfarçado - cara limpa, sem máscara. Preocupado, atenção, em ver se lhe davam cinco ou seis o crédito, se hm-hm gemiam passando pela estante . Lá fazia uns cinco dias que vinha todo pelo almoço e ficava vagando, e nada, nada acontecia, duas horas, quatro pares de brincos dourados. Então foi que ouviu as peruas comentaram um livro. Uma árvore no fim duma porteira o céu escurecendo. Minha vida de fazendeiro. Vacas!? Lembrava bem do primo, caçava codornas, não sabia a diferença entre coachar e calar. Pensou o grande: "quem quer a lei nesse país sem métrica?". E depois, sobre a mesa, deliberando contra o hiato: Fazendeiro do ar. Poeta? Vai que dói.

4 comentários:

júlia disse...

"tenho andado tão longe do chão
me dê a sua mão pra atravessar
os cirros e os nimbos sem se resfriar"

marcos disse...

eu sou manchete popular

júlia disse...

acho que não sei quem sou
só sei do que não gosto

júlia disse...

nosso crime não compensa

 

Free Blog Counter
Poker Blog