O grande poeta vinha pelo Leblon pra livraria. Disfarçado - cara limpa, sem máscara. Preocupado, atenção, em ver se lhe davam cinco ou seis o crédito, se hm-hm gemiam passando pela estante . Lá fazia uns cinco dias que vinha todo pelo almoço e ficava vagando, e nada, nada acontecia, duas horas, quatro pares de brincos dourados. Então foi que ouviu as peruas comentaram um livro. Uma árvore no fim duma porteira o céu escurecendo. Minha vida de fazendeiro. Vacas!? Lembrava bem do primo, caçava codornas, não sabia a diferença entre coachar e calar. Pensou o grande: "quem quer a lei nesse país sem métrica?". E depois, sobre a mesa, deliberando contra o hiato: Fazendeiro do ar. Poeta? Vai que dói.
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4 comentários:
"tenho andado tão longe do chão
me dê a sua mão pra atravessar
os cirros e os nimbos sem se resfriar"
eu sou manchete popular
acho que não sei quem sou
só sei do que não gosto
nosso crime não compensa
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