quinta-feira, 1 de maio de 2008

da janela

de manhã aquela gritaria atravessando. você podia ver lá embaixo os loucos rodopiando no pátio. e o que é ser louco? eu não devia nunca ter escrito essa palavra. um deles pegou uma pedra e raspou no chão, riscando um círculo, ou talvez não exatamente um círculo, entendeu? e depois guardou a pedra junto com as outras pedras de todos os dias do mês. no parapeito da segunda janela, se você começar a contar da esquerda para a direita, ou quase isso. um montinho de pedras era o caminho dele ou quem sabe o relógio dele ou o silêncio. depois das 14h eu sei que ninguém escutou mais [ ] e ninguém mais quis ver o que eles tanto insistiam daquele lado de lá.

Um comentário:

Alex Sens disse...

delícia aqui! essa seqüência de sete linhas, essas histórias lidas num fôlego. gostei muito, a literatura é séria e da boa, claro.

abraços!

 

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