sexta-feira, 23 de maio de 2008

silêncio (4)

O silêncio de Antonio não é opaco de parede, é transparente de vidro muito limpo. O silêncio de Antonio aceita a mão que sustenta o golpe. Rompe-se em partes agudas. Uma parede machuca quando resiste. O silêncio de Antonio corta o braço pelos lados enquanto os músculos se esforçam para frente. O entusiasmo do braço forte é que permite a sedução. Um pouco do vidro quebrado fica na moldura da janela e dificulta a volta do braço. Enquanto respira e elabora a estratégia para voltar, a mão experimenta a felicidade calma de quem se livrou de um desespero. O silêncio de Antonio é discreto, é mistério com cara de melancolia que seduz o curioso.

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