O ônibus estava balançando mais que o habitual. Conhecia cada curva, desvio e buraco do trajeto. Poderia se guiar de olhos e ouvidos tapados sem jamais errar sua localização. Havia algo de estranho nesse dia. Desceu três paradas antes porque já não agüentava mais o desconforto. Começou a andar pela calçada e percebeu que o balanço continuava. Parou. Andou novamente, mais rápido, a vibração era ainda maior. Notou, apenas sua cabeça sentia aquela oscilação. O resto do corpo nem mexia. Olhou os pés e ao retornar o olhar para cima, caiu tal forte foi a tonteira. Sacudiu a cabeça e começou a desconfiar que seu cérebro tivesse se desgarrado do crânio. Pegou um táxi e ao entrar sentiu seu coração bater dentro da barriga.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
é assim mesmo
gostei.
- - -
curioso como um texto adquire um caráter em relação aos outros, nesse blog. depois de dois parágrafos tensos e elípticos, me acalma a descrição lenta e gramatical.
Postar um comentário