Nenhum de nós volta atrás. Este sofá é largo o bastante para mim, a memória e o prospecto. Cabe até alguns livros, bivalves grudados escapando por fora uma água salgada do galpão da nau. Um dia ainda vou escrever na tua língua, rupestre - - hieroglifo - - teu luto matutino, arrancá-la para mim - rosa - como uma de sogra que se sopra. Então um traço no teu cabelo. Essa águia que me sonha. E eu sempre queimando o arroz, dando ruído no lugar de palavras, o peito cada vez mais cabendo essa dor que ninguém em mim escala. Sei que contigo sou bem um Herberto, montanha que incendeia, nada daquele oceano que eu canto - tanto - e me deixa sozinha nessa sala.
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2 comentários:
"eu sempre queimando o arroz"... por algum motivo, isso me pareceu uma gíria obscena no meio do texto.
hahahahahaha
e não é que podia ser mesmo?
é que no texto é tudo muito "alto" e de repente o arroz vem prum cotidiano muito coloquial,
mas eu queria isso mesmo
e queimar o arroz, enquanto gíria pode ser melhor do que o cereal na panela, não?
;)
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