terça-feira, 6 de maio de 2008
Meu tio da América
Um homem pode valer de vários modos; o mais seguro é valer pela opinião dos outros. A pessoa é um conjunto da memórias de outras pessoas que conheceu durante a vida. Não existe o desejo do sujeito; todo desejo é mimético. Vou acumulando definições que desmancham a idéia de sujeito, porque eu não podia responder, naquele dia em que ouvi chorando os defeitos do meu texto. Não podia responder à pergunta que ele fez depois que tentei explicar todos os motivos porque havia escrito daquele jeito, todas as opiniões que escutei, sugestões a que tentava atender, do que devia ou poderia escrever. Ele apenas me perguntou: "mas afinal, o que VOCÊ quer?" Pausa. Eu não digo nada porque só consigo formular uma resposta mais tarde. Não é evidente? Eu quero escrever. Não. Para ele, isso não é suficiente.
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2 comentários:
Sei do que fala, mas nem todos entendem que escrever basta, ainda que não respiremos por horas...
Será isso uma radicalização das proposições de R. Girard?
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