domingo, 1 de fevereiro de 2009

Bom dia, Fevereiro

Daqui pra frente é um mês inteiro, menos pros velhinhos dum asilo russo que pegou fogo, a Rússia naquele gelo e a velharada morrendo queimada. Em São Paulo, um motorista perdeu o controle da caminhonete e caiu no rio Tietê: também um péssimo jeito de começar: fevereiro. Berlusconi disse que a beleza das italianas é que dificulta a prevenção de estupros. Anna Stella Schic, pianista brasileira renomada, morreu nesta madrugada em sua casa no sudeste da França. Mas muito antes ela já havia parado de tocar piano, quando seu marido, um compositor francês, morreu. Em 1996. Este mês tem carnaval. Minhas avós falam que é coisa do demônio. Uma é católica, a outra evangélica. Mas ambas gostam de ver pela televisão. Porque, admitamos, é muito bonito.

4 comentários:

júlia disse...

cucurucucu palooooooooma

Sérgio disse...

Berlusconi sempre confirma a opinião que tenho a seu (dele) respeito: é um asno de seis patas.

sabina anzuategui disse...

Lindo texto.

bernardo rb disse...

"Se os dispositivos do culto capitalista são tão eficazes é porque agem não apenas e nem sobretudo sobre os comportamentos primários, mas sobre os meios puros, ou seja, sobre comportamentos que foram separados de si mesmos e, assim, separados da sua relação com uma finalidade. Na sua fase extrema, o capitalismo não é senão um gigantesco dispositivo de captura dos meios puros, ou seja, dos comportamentos profanatórios. [...] [a função instrumental da liguagem] deu lugar a um procedimento diferente de controle, que, ao ser separado na esfera espetacular, atinge a linguagem no seu rodar no vazio, ou seja, no seu possível potencial profanatório. Mais essencial do que a função de propaganda, que diz respeito à linguagem como instrumento voltado para um fim, é a captura e a neutralização do meio puro por excelência, isto é, da linguagem que se emancipou dos seus fins comunicativos e assim se prepara para um novo uso. Os dispositivos midiáticos têm como objetivo, precisamente, neutralizar esse poder profanatório da linguagem como meio puro, impedir que o mesmo abra a possibilidade de um novo uso, de um nova experiência da palavra. [...] como se nenhum novo fosse possível, como se nenhuma outra experiência da palavra fosse possível."

Giorgio Agamben, "Profanações", trad. Selvino José Assmann, Boitempo.

 

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