quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Diário de Estância, XIV

Ah, você de costas compridas, pernas e braços; quão pouco criteriosa a tua perfeição. Detesto me ver desse jeito, fica frio, não somos moleques. Talvez você não devesse beber tanto, eu sei, essa é velha. Estação e sursis, a próxima é minha. Teve uma feita, uma moça deixou um drinque alto e colorido sobre a mesa e foi mandriar pelo bar uns dois quartos de hora, não me agüentando, fui lá e tomei. Ela voltou cheia de dignidades, ao que tornei: “mereça seu drinque”. Meu take sobre o amor deve ser parecido. Agora sei que os poemas não vão para parte alguma, e hoje a praça glosada de sol. Gostaria que o choque se figurasse, no entanto. Agora tenho um emprego mas minha educação sentimental vai de mal a pior.

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