domingo, 8 de fevereiro de 2009

A torre

O nascimento aquela euforia de olhos, todos vidrados numa promessa de grandeza que seis anos depois o menino acariciaria na cama, um modo mais confortável de sono. Os treze são uma idade terrível. Trancado no banheiro, era olhar pra baixo e chorar, com medo talvez, mas de quê? Passaria os dias ali, arrancando alegria à força. Mas o susto passaria, a firmeza da carne moldando o espírito, cada vez mais certeza no uso. Aos cinquenta, por vezes, nem se lembrava de tê-lo em si. E não lhe faria tanta companhia aos setenta, embora permanecesse ali sempre um prazer à espreita, de veneno diluido e bote incerto. Ainda que agora pendesse flácido entre as pernas, feito o avesso de um monumento.
 

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