quinta-feira, 26 de março de 2009

Diário de Estância, XIX

que espécie de amor é possível nas Laranjeiras?, posto melhor: de que guerrilha bem ao fundo nasce a compulsão de ser fiel? Cano à boca, juramento à praça – figurar a vanguarda da fuga, os pés pelando. Nunca discutiremos política, Peter. Temas de filmes-catástrofe dos anos 70, talvez, mas nunca política. Desertamos a praça e fazemos serenata aos nossos amantes ausentes. E que espécie de amor é possível numa praça? Somos tão ordinários assim, tão comuns (tão comunais)? Os dias rateiam, você dá fé de interurbanos, gelatinosas juras de amor-sublime-amor. Creia-me (believe you me), você acredita. Velhos espigões tremem ao sol. Outono. Quanto a mim, bom, o que posso dizer? Casei-me com meu trabalho.

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