sábado, 2 de agosto de 2008

desgosto

os sinônimos, dizendo o mesmo sem fato, a coisa sem si, dizendo sem de fato ouvir. correspondência? como um equivalente pode se desenvolver de maneira tão fria? estendido aí, dicionarizado, prostrado dizendo que? vi claramente que não é um tecido – não são retalhos – NEM VEM com essa história de que texto é trama, o texto é o desenvolvimento de microorganismos, uma cultura de bactérias, um caralho o texto é o suor, muita umidade o texto, tecido só se for histológico, células se trocando o tempo inteiro. como é que existe sinônimo? se uma coisa equivale a outra coisa, como essa coisa permanecerá ela mesma? você consegue escutar? um burburinho. isso é o quê, prazer em substituir? sinônimo apodrece na redondeza da boca ó: desgosto, insatifação, aflição.

4 comentários:

sabina anzuategui disse...

gostei, embora não concorde muito com as metáforas biológicas. me interessou mais a dúvida sobre o sinônimo. de todo modo, fiquei com uma dúvida: você escreveu humildade, umidade ou um neologismo?

bernardo rb disse...

nossa, sabina! nada de neologismo. lapso reparado. escrevi umidade.

algo que diz um pouco sobre meu estado mental... estou revisando 1 livro de toeria política q está me enlouquecendo. a ânsia normativa de revisão faz algo estranho com a pessoa. é a natureza da língua. é o burburinho.

bernardo rb disse...

essas metáforas tb me incomodam um pouco, mas elas vieram de uma sensação muito clara em relação à vida das palavras, sabe, elas sendo usadas. o uso concreto, que quer o verbete exato, não a abstração do diconário. que nem quando você fica pensando muito numa palavra e ela vai mudando na sua frente, assim, como um ser vivo. eu só consigo pensar em ser vivo. daí daria pra dizer tb. que palavras são pessoas...

sabina anzuategui disse...

na verdade, seria um arcaismo. porque antes se escrevia "humedo", eu acho. só depois lembrei disso.
abraços!

 

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