Critica-se por aí a petulância da gramática e a aridez dos dicionários. Que quer essa gente? O ridículo dicionário do quotidiano, com cento e oitenta verbetes, todos substantivos concretos e verbos-coringa? O dicionário, ao contrário do que dizem, não é uma ferramenta; pode sê-lo. É como um enxó etrusco que aflora à superfície: teve uso de ferramenta; hoje, é o tesouro que conta sobre o passado; não é o enxó produzido em qualquer fundição boca-de-porco. Por isso a necessidade de dicionários. Entristece-me quando entro numa casa e, de olho na estante, não vejo dicionários. Onde vão as pessoas ver suas dúvidas? O que pode ser muito pior: talvez aquela gente sequer tenha dúvidas.
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