segunda-feira, 2 de junho de 2008

Caixa de porcas

Saiu do trem na estação deserta; era já mais de meia-noite. A estação, pudera, era só para os trens de carga, havia anos que não recebia passageiros. O calçamento danificado, mato entre as frestras. O encarregado alçou os olhos mortiços desde sua cabine, chamou-o para ali e disse: "Então é você? Muito bem. Vê aquela caixa de porcas? Ponha-a sob o braço e volte para o trem. Você vai descer numa estação a uns cem quilômetros daqui, coisa de três horas, meia-madrugada. É para o engarregado de lá. Não abra a caixa!". Com a caixa na axila, voltou ao trem que saiu zunindo da plataforma. A exatos quinze quilômetros dali, o trem descarrilou. A caixa de porcas nunca chegou ao seu destino final.

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