Passo todos os dias diante da Catedral; geralmente nem a olho, cruzo a praça na diagonal para esquivar-me dos mendigos. Uma época, não muito passada, eu pegava ônibus na lateral direita e, parado no ponto, tinha tempo para me dedicar a olhar o templo e seus detalhes reconditamente expostos. Creio que a Catedral não foi construída (a despeito das fotos que gritam isso), mas que nasceu, brotou ali, de uma semente pétrea. Seus frisos, suas cornijas, parapeitos e entalhes terminam de forma vegetal, se bem que uma forma vegetal domada pela geometria própria do estilo - gótico -; e como se, lentamente, a Catedral continuasse a crescer, no sentido inverso da lenta desagregação. Daqui a mil anos, ela será diferente.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
ontem fui até a sé aqui no porto, sérgio, uma igreja gótica com idade para ser, mas que coisa feia que ela é, jesuis amado, e na frente turistas espanhóis descendo de ônibus, velhotas vermelhas inglesas de viseiras a tapar o sol, mas a vista para o douro é linda,
Os espanhóis são uma praga, são o grande receio dos portugueses. Agora, quanto ao gótico, o realmente gótico, é mais anguloso e, ao mesmo tempo, mais vegetal que o nosso gótico de inseminação artificial. Mas é bonito; me agrada.
Que bonito.
Bonito, Sérgio. Você está se esmerando a cada vez.
Is space a material thing in wich all material things are to be located?
If space is a material thing, does it have boundaries?
If space has boundaries, is there another space outside those boundaries?
If space does not have boundaries, do things then extend infinetly?
Bernard Tschumi, "Quetions of space"
Postar um comentário