quarta-feira, 9 de julho de 2008

a beleza compreendida de clarice

Por trás desse vidro está Clarice, vendendo os tiquetes do Tram. Imóvel, Clarice corre pelos trilhos, sozinha, alguém se lembra dela em alguma parte? Quieta na sua inquietude, amarra os lábios interrogativos e por um ou dois momentos diários pensa meu deus! que vontade de morrer! E se nesse momento Clarice se lembra que um dia morrerá como tudo o que é, sente um alívio, suspira baixinho e vive, finalmente, para sempre. Até que alguém se aproxima de maneira abrupta e ela reage fechando a cabine, ofendida porque o outro se ofendeu e, por uma terceira vez pensa: quero morrer. Mas e se fosse para sempre? Não, esta linha 7 não pode durar tanto. E como sente saudades da 1, quando tudo era mais fácil porque tudo era importante.

Um comentário:

vera egito disse...

sou eu que me lembro dela. sempre. e realmente júlia, ignorar a certeza da morte é viver pra sempre. e deu agora um nó na garganta...

 

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