quarta-feira, 2 de julho de 2008

a criação do mundo, Kurtius (*1984 - + 20__)

pra Vera
E as pessoas se assemelharão com peixes, dando a vida na vitrine das coisas, manequim-espantalho ou pessoa que hesita dois passos de cada lado do mostruário. E, de mais difícil manipulação, de vidro, mais translúcido, mais quebrantável, o mundo de vidro de ciclos em ciclos se afasta do que os modernos vieram a chamar de sol: a parte de dentro do estômago do gigante-cego, que devolve os cacos da sua digestão profunda pelo umbigo e leva a pequena bolita amalgamada à boca de sua esposa giganta (e surda), que faz o mesmo por ele. Onde o fragmento encontra o fragmento. O movimento completo dura um só segundo no tempo-gigante, mas enquanto o casal mastiga os cacos de vidro é que ouvimos o ruído surdo da noite.

2 comentários:

Ana C. Bahia disse...

"mas enquanto o casal mastiga os cacos de vidro é que ouvimos o ruído surdo da noite."

nossaaaaaaaaaaaaa!
agora escutei os barulhos todos.

fhsdkjfhjsdhfusdhfjsdfjsdhfiuhdufhdsjhfjsdhfusdhfiusdhfiusdhfuidhfsdkjfndjk

vera egito disse...

um sonho

 

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