sexta-feira, 11 de julho de 2008

silêncio (8)

Ou então, percebo agora uma outra possibilidade, querer viver o presente era um jeito de esconder nossa falta de jeito de cumprir os planos. A gente achava que ser livre era poder mudar de opinião o tempo todo. Pensar-nos livres assim nos era favorável na medida em que não conseguiríamos manter nada por muito tempo. (E aí você se lembra de quando eu decidi estudar xadrez em Omski e mantive essa escolha por dois anos enquanto aguardava que eles me chamassem. Eu não via diferença entre insistir em uma idéia simples e combinar uma seqüência de decisões, embora soubesse, sobre o tabuleiro, distinguir uma escolha, uma idéia e um plano.)

3 comentários:

sabina anzuategui disse...

gostei. sabe, às vezes penso que escrever sobre personagens "banais" é uma idéia velha, algo do século XIX, mostrar a superficialidade da vida burguesa e etc. é um tipo de ficção que não me interessa.

gosto quando o texto faz pensar em personagens inteligentes, crises de identidade verdadeiras.

por isso gostei.

Anônimo disse...

que bom, sabina,

Anônimo disse...

me emocionou este texto. vou guardá-lo comigo.

 

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