quinta-feira, 31 de julho de 2008

no tempo em que tudo virou mar

naquele dia andamos por entre o sol, as porteiras, as imensas montanhas marítimas e pedras e musgos – os quais chamaríamos mais tarde - lapsos. beduínos loucos no sertão, errando em busca da água e do poço. envoltos em panos rosa-choque e silêncio derramando dos olhos. a paisagem se estendia sem palavras, inventada oito vezes por oito mundos em um só tempo. nada podia deter os fluxos e os órgãos, porque ríamos e chorávamos tanto. e continuou inexplicável até o final da noite ou para sempre, quando no meio do céu avistamos uma ciranda de estrelas movendo e piscando 1 2. isso no jardim. lá na sala o i-ching na voz da mariana. na cozinha dois ovos perguntando como foi que tudo aconteceu, como foi que.

Um comentário:

bernardo rb disse...

um lapso na perna
um lapso no braço

o lapso
é uma parte do corpo?

 

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